1 de fevereiro de 2012

A velha casa


Naquela velha e humilde casa havia uma rotina
Levava uma vida singela, mas confortável.
Um dia desses veio uma visita imprevista
Que virou pelo avesso o meu dia-a-dia:
Morreram minha mãe e a minha alegria.

A casa foi invadida
A solidão, o mofo e as baratas
Fizeram dela moradia.
E logo mais chegou uma família de balela:
Ingênua, acreditei que pudessem me fazer companhia.

E todos aqueles amáveis costumes se modificaram
As coloridas pinturas na parede
Deram lugar a um relógio tosco e parado,
A antiga mobilha foi descartada,
E até as lágrimas de cristo* secaram.

Fiquei sem espaço,
Sem silêncio,
Sem contentamentos.

Abandonei a casa,
A casa hoje esta desabitada.
Analiso minha vida assim como deve se sentir aquela casa:
Saudosa e vazia.


*A Lágrima-de-Cristo é uma trepadeira de ramos longos, com folhagem e florescimento decorativos.

Um comentário:

  1. Minha querida, como é bonita a forma como transforma suas lembranças e sentimentos em palavras. Tenho certeza que a sua antiga casa sempre existirá com todas as cores e alegrias dentro do seu coração.

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