As pessoas costumam deixar de ouvir determinadas músicas quando as associam com alguém, mas fazer o mesmo com um lugar? (Gostaria de saber se existe gente que faz o mesmo...) Durante algum tempo evitei a Av. Paulista. Me entristecia ao sentir saudades de quem me apresentou vários lugares desta famosa avenida. Há alguns meses me orgulho por caminhar nesta avenida sem me encontrar com os olhos marejados, mas acabei me deparando novamente com essa situação em outro lugar. Desta vez numa cidade que fica “tão distante do horizonte do país”, como descreve Humberto Gessinger, Porto Alegre.
Não sei desde quando, mas tenho uma paixão inexplicável pela cultura gaúcha, talvez por ter aprendido com meu irmão a torcer para o Grêmio e crescido ouvindo Engenheiros do Hawaii. Bem, duas semanas atrás fui pega no dilema: sinto saudades de POA ou da companhia que tive em POA? Hoje fiz o teste. Retomei minha leitura: Histórias de Porto Alegre, de Moacyr Scliar e descartei a segunda hipótese, caso contrário não conseguiria ler. Ah, eu ria sozinha no ônibus enquanto lia e revivia cada momento. A lembrança dos meus dejavus, a surpresa de antes mesmo de ouvir a história da Rua dos Andradas vir a palavra praia à minha mente, o pôr-do-sol no Guaíba, o Laçador – símbolo de Porto Alegre...
Acho que esses abalroamentos que ocorrem na vida são para pôr em cheque nossas devoções. “Bah!” Até parece que uma desilusão seria maior que o meu amor por aquela cidade... Se depois do que passei sobreviver ao frio e ao famigerado Minuano nada mais poderá me desencantar!
Acho que esses abalroamentos que ocorrem na vida são para pôr em cheque nossas devoções. “Bah!” Até parece que uma desilusão seria maior que o meu amor por aquela cidade... Se depois do que passei sobreviver ao frio e ao famigerado Minuano nada mais poderá me desencantar!
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