13 de novembro de 2010

As flores


As flores já não são, meu querido.
Não são perfume...
Não são cromia...
Nem boa textura.
Não são mais flores.
Não fisicamente, não mais.
São pó, são o marrom, o preto
E o musgo desbotado.
Mas ainda assim meu querido,
Mesmo com a transformação física e química,
São o frescor daquele anoitecer,
E a delicadeza do arranjo improvisado.
São meu coração emocionado,
E seus olhos tomados de singela expectativa.
São suas mãos as segurando,
Me entregando junto a sinceridade.
São ainda meu querido
O beijo suave que camuflou o meu fervor.
São minhas mais belas flores.

Um comentário:

  1. Tanto tempo que não leio algo seu.
    Como de se esperar, algo incrivelmente lindo.

    Parabéns!

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